Aprendizagem Inclusiva

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segunda-feira, maio 18, 2015

Brincadeiras e Brinquedos Para Crianças Com Deficiência Visual


A brincadeira faz parte da vida de qualquer criança, pois propicia um universo de descobertas e, segundo alguns pesquisadores, ao brincar a criança assimila e pode transformar a realidade.
Desta forma, com a criança cega e baixa visão o repertório não é diferente. É através da brincadeira que elas se movimentam e se sentem independentes, desenvolvem os sentidos, adquirem habilidades para usar o corpo e as mãos, interagem com o outro e o ambiente, reconhecem objetos e suas características (textura, forma, tamanho, cor e som) e as tornam mais ativas e curiosas. Também não podemos deixar de falar que o ato de brincar pode favorecer momentos de integração entre a família.
Portanto, as brincadeiras e os brinquedos são de extrema importância para o desenvolvimento de qualquer criança, seja quanto aos aspectos motores, o físico, a mente, a autoestima, a afetividade, a sociabilidade e reforçam as defesas imunológicas.
Diversas brincadeiras podem ser realizadas com a criança deficiente visual, porém devemos adaptá-las para que possam aproveitar o momento da melhor maneira possível e os brinquedos devem respeitar a faixa etária da criança. Como por exemplo, para a criança cega se faz necessário o uso de determinados materiais nos brinquedos como guizos, diferentes sons e texturas, luzes, que chamem a atenção e despertem o interesse da criança. Assim como devemos auxiliá-las a contornar os objetos com as mãos, o que possibilita a exploração do brinquedo. Já nas crianças com baixa visão pode-se fazer o uso de brinquedos com cores contrastantes (amarelo com preto, preto com branco) e/ou de cores intensas, com desenhos de fácil compreensão e de tamanhos favoráveis, isto possibilita estimular a visão e fazer com que a criança faça melhor uso do resíduo visual.
Lembrando que as músicas infantis são muito bem-vindas, pois incentivam à fala, à imaginação e a movimentação corporal.

- Serra-serra-dor: cantiga bem conhecida e que favorece a movimentação corporal e o equilíbrio.
- Chocalhos de diferentes tamanhos e cores: estimula a visão e audição da criança, por meio das cores de alto contraste e dos sons produzidos em seu interior, além de propiciar atividades de coordenação motora fina e visual.
- Jogos de encaixes de formas ou de animais : possibilita a coordenação motora, o pareamento visual, orientação espacial, uso do tato e o conhecimento.
- Jogo de bola com guizo ou bola com cores contrastantes: possibilita a integração com outras crianças e trabalha orientação espacial e do próprio corpo. A criança deve ser orientada que estão em círculo e que chame o nome da criança para qual irá arremessar, assim fica mais divertido e permite a participação de todos.
- Faz-de-conta: brincar de “mamãe e filhinha”, de “super herói” e outras. Sendo que a criança cega deve ser incentivada e ensinada a fazer esse tipo de brincadeira. Já a com baixa visão (leve e moderada) pode aprender pela imitação.
- Esconde-esconde os objetos: fazer com que a criança encontre objetos perdidos, atividade de grande incentivo visual, no caso para as de baixa visão.
É importante ressaltar que ao término das atividades, as crianças devem ser incentivadas a guardar os brinquedos, o que contribui para a organização do ambiente.
Toda brincadeira pode ser possível, só depende da criatividade de cada um.

Inclusão de Crianças com Deficiência Visual nas Brincadeiras

Brincar e estimular a brincadeira com as crianças que têm deficiência visual garante melhor desenvolvimento dos pequenos.

Dicas de como brincar com a criança com deficiência visual (cega ou com baixa visão)

– Use toques e voz suaves ao se comunicar com a criança que tem deficiência visual, aproximando sua face do rosto dele para que ela possa percebe-lo e toca-lo.
– Auxilie a criança a conhecer o próprio corpo com toques enquanto nomeia cada parte tocada.
– Incentive que a criança siga em direção ao som de brinquedos ou da sua voz. É interessante ter brinquedos que emitam sons, como chocalhos, bolas e pelúcias com guizos.
– Brinque com a criança com deficiência visual e incentive que outras pessoas também brinquem e interajam com ela. Assim, ela se tornará mais sociável e receptiva, facilitando os relacionamentos interpessoais.
– Imite os sons que seu bebê faz e crie estímulos para que ele possa imita-lo. Isso auxiliará na comunicação.
– Se o bebê ainda não senta, coloque-o de lado para manusear o brinquedo. Invista em brinquedos com texturas diferenciadas, para estimular o tato e a percepção de diferentes objetos.
– Dê objetos à criança nomeando-os e relacionando às possíveis ações que poderão ser feitas com este item. Exemplo: “A bola. Pegue a bola. Chute a bola. Jogue a bola para cima”.
– Procure usar brinquedos contrastantes, coloridos, luminosos, de diversas texturas e tamanhos.
– Propiciar momentos em que a criança manipule e crie espontaneamente jogos a partir da exploração de objetos concretos.
– Brincadeiras com miniatura de objetos, como animais e meios de transportes, possibilitam que a criança tenha uma melhor compreensão de objetos muito grandes ou impossíveis de serem alcançados (casinha com telhado, elefante, caminhão, avião, fogão, geladeira).
– Vale incentivar brincadeiras infantis com o uso das mãos, como dedo mindinho, seu vizinho; passa anel.
– Em jogos com bola, se não for possível ter uma bola com guizo, envolva a bola com saco plástico, assim ela fará barulho enquanto se desloca.
– Salte para o alto. Com a criança agachada, segure em suas mãos e peça para ela se levantar ”bem forte e bem alto”, ajudando com um leve “puxão“ para cima.


Jogos, brinquedos e brincadeiras para fazer com as crianças cegas e com baixa visão

– Brincadeiras de roda: cantigas, parlendas, rimas;
– Meu mestre mandou…Como sugestão, trabalhar o esquema corporal com as crianças, solicitando que coloquem as mãos na cabeça, joelhos, pescoço, cotovelo, barriga, pés, mãos, etc.
– O que é, o que é? Brincar de adivinhação utilizando as mãos para descobrir a textura e formato dos objetos. Materiais como embalagens de xampu, escova de dentes, talheres (colher e garfo), chaves, caneta/ lápis, frutas, etc.
– Vai e vem – Brincar alternando a criança de lugar é um estímulo à coordenação visuomotora
Fantoches/Dedoches – estes brinquedos estimulam a imaginação, linguagem e o pensamento, além de  favorecerem a comunicação e expressão de sentimentos e emoções.
– Blocos de construção: Brincar com blocos favorecem o desenvolvimento da atenção e concentração, associação de formatos  e tamanhos, desenvolvimento de movimentos amplos e finos, coordenação visuomotora e noções de equilíbrio. Estes brinquedos também propiciam à criança a satisfação de inventar, construir, desconstruir e transformar, estimulando a criatividade.
– Massa de modelar – Estimula o desenvolvimento da coordenação motora fina e a criatividade.
– Jogo da velha adaptado – Permite interação com quem não tem deficiência visual.
– Jogo da memória tátil: Utiliza a percepção tátil e a memória para reunir o maior número de peças.
– Manter as brincadeiras que incluam brinquedos diversos como bonecas e carrinhos mantém a brincadeira das crianças que não enxergam com as que enxergam, sentindo-se incluídas.



Outras brincadeiras que retomam a infância dos pais e visa incluir as crianças nos momentos de lazer:

– Estátua;
– Passa anel;
– Centopéia;
– Telefone sem fio.

Brincadeiras fáceis de produzir
– Jogo de argolas: Estimula a percepção visuomotora, a identificação de cores para as crianças com baixa visão e a relação número / quantidade.
Confecção: Colocar uma porção de areia no fundo de 10 garrafas descartáveis. Cortar tiras de papel crepom colorido e colocar uma cor em cada garrafa. Recortar números de 1 a 10 em papel preto ou fita adesiva preta e fixar cada número em uma garrafa. As argolas podem ser confeccionadas com tampas de plástico ou anéis de fitas adesivas que encaixem nas garrafas.

– Jogo de boliche: Estimula a percepção visuomotora, a identificação de cores e a relação número x quantidade.
Confecção: Colocar uma porção de areia no fundo de 10 garrafas descartáveis. Cortar tiras de papel crepom colorido e colocar em cada garrafa uma cor.
Recortar números de 1 a 10 em papel preto ou fita adesiva preta e fixar cada número em uma garrafa. As bolas podem ser confeccionadas com meias velhas. E podem ter guizos em seu interior.


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